1 de jun. de 2014

CÂNCER DE MAMA - CAPÍTULO 15 - FOLFOX

Fiquei quase 2 meses e meio sem químio para não atrapalhar a cicatrização da ferida aberta da última cirurgia que fiz para retirada do nódulo que se localizava no músculo peitoral.

A ferida estava com muito secreção e resolveram colocar dentro da ferida uma placa que parece uma esponjinha, para puxar a secreção.

Depois de alguns curativos com a placa, a secreção começou a ficar esverdeada, sinal de infecção, então desistiram da placa e começaram a passar uma pomada de sulfa  que também não adiantou.

Uma enfermeira do plano de saúde estava vindo todos os dias fazer o curativo e foi colhida  uma amostra da secreção para ver qual era a bactéria que estava ali.

Enquanto estavamos esperando o resultado do exame, a enfermeira começou a passar um spray antibiótico e não é que deu resultado! Hoje já está bem sequinho e a carne já está preenchendo o "buraco".

Nesse meio tempo, a oncologista mudou a químio para a FOLFOX.

Ela disse que era mais leve e que não ia interferir tanto na cicatrização da cirurgia.

Eu tomava 1 dose no ambulatório durante 4 horas e voltava prá casa com uma bolsinha que levava dentro um frasco como esse da figura abaixo que, ligado por um tubo ao cateter, ia injetando o medicamento.





O difícil é tomar banho e dormir com isso ligado corpo, dentro de uma bolsa pendurada no ombro como uma bolsa tira-colo.

Mas, o que eu não sabia é que depois de tomar 2 doses com efeitos colaterais de enjôo, tontura, falta de apetite e muita dor no abdomem, eu iria ter 1 semana de febre sem saber que era efeito da químio.

Na sexta-feira, ia 23, acordei com problema de visão e com febre de 38.8, só aí pedi prá minha filha Joana me levar para o hospital.

Fiquei no ambulatório de oncologia recebendo soro e medicamento para dor.

Quando eram 16:00 hs e estava sendo internada, recebi a notícia, pela minha filha, que meu marido, que estava há 2 meses no hospital, havia FALECIDO.

Não sei explicar o que senti...

Não pude nem dar um abraço na minha filha, porque estava numa cadeira de rodas com o soro ligado no cateter .

Fiquei internada do dia 23 até o dia 28 e o diagnóstico, depois de vários exames é que eu estava desidratada, com insuficiência renal aguda e neutropenia pós QT.

Minha dieta era sem sal, por causa dos rins, e para dibéticos, ou seja, uma comida sem gosto e com poucas calorias.

Aí o que aconteceu? Fiquei com hipoglicemia, é lógico, e eles me davam glicose pelo cateter.

No penúltimo dia,  quando disse que não conseguia comer aquela comida, a nutricionista veio falar comigo e autorizou uma dieta mais "caseira" e calórica.

De manhãzinha, vieram medir a glicose e deu muito baixa (59) e quando a enfermeira disse que ia me dar mais glicose eu disse que não queria e só aí ela disse que poderia me dar 1 suco de laranja no lugar. Eu tomei e quando mediram o índice de glicose, já tinha subido para 104.

Nesse meio tempo, entre o dia 23 e 24, minha filha Joana, meu genro Daniel e meu cunhado Pedro estavam providenciando o velório e enterro do meu marido, aos quais não pude ir porque estava internada

Sofri muito por não poder estar lá para consolar minhas filhas e dar o adeus final ao homem da minha vida (vivemos 33 anos juntos).

Na quarta-feira,dia 28, tive alta e voltei prá casa muito fraca, tomando antibiótico de 12 em 12 hs.

Não podia nem sentir o cheiro da comida que já me dava enjôo.

Só com a "comidinha" que minha filha Flora fez com tanto
amor, é que fui ficando mais forte, o enjôo passou de vez e o índice da glicose voltou ao normal.

Aqui deixo uma homenagem ao meu marido

 Um dia, há 33 anos atrás, eu estava deitada na minha cama, na pensão onde morava, escutando música no rádio e quando ouvi essa música descobri que estava apaixonada pelo Marco Cortivo . Não sabia a letra, mas a música me emocionou muito.

Hoje, procurei a tradução e escolhi alguns trechos para dedicar ao homem da minha vida...

"Obrigado pelos momentos que você me proporcionou
As lembranças estão todas em minha mente
E agora que nós viemos para o fim de nosso arco-íris
Há algo que eu tenho que dizer bem alto

"Obrigado pelos momentos que você me proporcionouAs lembranças estão todas em minha menteE agora que nós viemos para o fim de nosso arco-írisHá algo que eu tenho que dizer bem alto
Você compartilhou meus sonhos, minhas brincadeiras,minhas doresVocê fez minha existência ter valore se eu tivesse que viver minha vida novamenteeu passaria todos os momentos com você
Não há nada para nos manter separados"
E como eu sempre disse: 

A DISTÂNCIA NÃO PODE SEPARAR OS CORAÇÕES DAQUELES QUE SE AMAM!

Eternamente sua "FLOR"




25 de mar. de 2014

CÂNCER DE MAMA - CAPÍTULO 14 - XELODA E CIRURGIA

Depois de muitas sessões da quimio Navelbine que não me causou nenhum efeito colateral, minha médica achou melhor mudar para o remédio que se chama Xeloda.

São comprimidos que eu podia tomar em casa, 6 por dia, e só iria voltar no hospital para tomar o remédio para os ossos e para limpar o portocatch.

Achei bom poder tomar a quimio em casa, mas mal sabia o transtorno que isso iria produzir no meu organismo.

Eu já estava tomando 11 comprimidos e mais os 6 da quimio, totalizou 17 por dia.

Depois dos primeiros dias que comecei a tomar, fiquei tão fraca que não consegui levantar da cama por 3 dias e em seguida, fiquei com uma diarréia que acabou comigo.

Mesmo assim, tomei os comprimidos por 15 dias e descansei uma semana, cuidando da diarréia com alimentação.

Nesse meio tempo, a médica me encaminhou para uma consulta com um cirurgião oncológico para fazer uma "higienização" no tumor que estava no músculo peitoral e que apresentava no seu centro uma camada amarelada.

Ele disse que seria uma pequena cirurgia  e que talvez só fosse dar uma anestesia local e que no dia seguinte eu eria alta.

Fiz os exames pré-operatórios e quando levei prá ele , ele resolveu que seria anestesia geral e que devido ao local já ter sido radiado poderia soltar alguns pontos porque a pele estava muito fina.

Então, no dia 26 de fevereiro fui internada para a operação.

No dia seguinte, o médico foi no quarto e me disse que tirou todo o tumor, inclusive um pedaço do músculo peitoral, mas que eu podia ter alta hospitalar.

Fui para casa e dormi bem naquela noite, mas no dia seguinte quando levantei da cama a  diarréia voltou e eu perdi os sentidos.

Só sei que chamaram a ambulância e me levaram para o pronto socorro do Hospital Ana Costa.

Eu não lembro de nada nesse meio tempo e só recobrei os sentidos bem depois, só dizia que queria ir embora, até que me internaram e fiquei com uma máscara de oxigênio porque não estava conseguindo respirar direito.

Passei o carnaval todo no hospital, usando fralda, sem conseguir comer e com os pontos abrindo a cada dia que passava.

Minhas filhas se revesavam para me fazer companhia e cuidar de mim no hospital.

Não  sei como agradecer tanta dedicação que as 3 demonstraram nesse momento tão difícil.

Tive alta na quara-feira de cinzas com a responsabilidade das minhas filhas fazerem o curativo da operação em casa, só que os pontos foram abrindo a cada dia mais e formou um "buraco" bem grande e fundo, mais ou menos 10 x 6 x 1 cm.

A primeira a fazer o curativo foi minha filha Joana que, deixava minha netinha com a sogra e vinha todo dia em casa  prá fazer o curativo  e ajudar no que fosse preciso.

Minha filha Júlia que mora em São Paulo, também deixou  sua casa e veio cuidar de mim, fazendo o curativo por alguns dias.

E por fim, quando minha filha Júlia voltou para São Paulo, "sobrou" para minha filha Ana Flora fazer o curativo, que tinha medo só de olhar para ele.

Em casa, voltei a comer melhor e minha filha Ana Flora fez uma dieta só com alimentos que "seguram" o intestino e foi assim que passou a diarréia e pude me "livrar" da fralda.

Estou voltando no hospital toda sexta-feira para que o médico refaça o curativo e possa acompanhar o preenchimento do "buraco".

Até agora está sendo preenchido muito lentamente, mas temos de ter paciência e agradecer a Deus porque não sinto nenhuma dor.

E que Deus abençoe minhas 3 filhas pela dedicação e amor demonstrado  por mim nesse momento tão difícil.

EU AMO MUITO VOCÊS 3.














13 de dez. de 2013

CÂNCER DE MAMA - CAPÍTULO 13 - VENCENDO A DOENÇA


As pessoas que vencem as doenças graves possuem algumas características em comum:


*Senso de responsabilidade pessoal sobre sua saúde e sobre como podem influenciá-la,

*Possuem um propósito na vida,

*Buscam novas razões para sua vida.

*Aceitam a realidade de seu diagnóstico, mas se recusam a acreditar que suas vidas nunca mais serão saudáveis e alegres.

*Possuem habilidade em comunicar seus conceitos sobre o seu tratamento com os outros,

*Possuem grande sensibilidade em ouvir o seu corpo e suas necessidades.

*Possuem expectativas favoráveis sobre o resultado de seu tratamento.

*Assuem o controle das decisões que afetem diretamente suas vidas.

*Desenvolvem um grande senso de humor e aprendem a sorrir.

*São pacientes com suas expectativas e não esperam a solução de seus problemas da noite para o dia.

*Acreditam que ninguém sozinho podem curá-las, mas sim uma combinação de fatores agindo na direção da   cura.

*Não têm medo da vida, nem da morte.

*Têm Foco, Força e Fé.


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